Como
prometido, estou aqui pra deixar a minha resenha desse livro que me atiçou
tanto a curiosidade. Cuidado com os SPOILERS!!!
A
história começa com Mack (Mackenzie Allen Phillips), uma pessoa comum que vive pacificamente
no Canadá, mas tem uma vida um tanto quanto “incompleta”, devido a um
sentimento profundo que ele carrega consigo, o que ele chama de “A Grande
Tristeza”. Desde o início, o autor tenta demonstrar que Mackenzie é uma pessoa
comum, que possui seus problemas e suas alegrias, como todas as outras. Achei
interessante isso, pois é uma forma de chamar o leitor pra entrar na história e
se tornar um personagem dela. Em meio a algumas reflexões do personagem, como
por exemplo o fato de o chão estar coberto de neve e um tempestade estar se
aproximando ser um bom motivo pra todos ficarem em casa tranquilos com suas
famílias, debaixo dos cobertores e assistindo a um filme, Mack resolve ir até a
caixa de correio para ver se tinha recebido alguma coisa. Depois de retirar e
ler um bilhete da caixa de correio, ele leva um baita tombo e se machuca
bastante, enquanto se lembra do quanto queria que sua esposa estivesse ali
naquele momento (ela é enfermeira!).
Mack
fica tão encucado com o tal bilhete e o que estava escrito nele, que até pensou
ser algum brincadeira de mau gosto. O bilhete utilizava uma linguagem bem
familiar e isso chamara a atenção dele, pois era estranho ter recebido um
bilhete que aparentemente tinha sido escrito por Deus, dizendo que era pra
encontrá-lo n’A Cabana, que é onde toa A Grande Tristeza começou. Esse é um
ponto interessante do livro que poderíamos tirar várias reflexões para nossas
vidas, como por exemplo - Enfrentar todos os nossos medos, livrar-se daquilo
que nos perturba e, mesmo que seja arriscado, nunca desistir de algo que
queremos fazer, por pensar que não vale a pena ou que não vá dar certo. É claro
que estou contando bem resumidamente a história, mas mesmo sendo uma resenha,
acho interessante chamar a atenção para alguns pontos, principalmente pra
chamar a atenção pra leitura desse livro (Depois falarei um pouco sobre o
projeto Missy também!).
Por
fim, como já era de se esperar (Lógico! Leitor que é leitor e crítico, sempre
tenta adivinhar o que vai acontecer, mesmo que aquilo pareça bem óbvio!) Mack
dá um jeitinho de ir até A Cabana, né?
Em meio
a tantas sensações e tantas lembranças, Mack se lembra de sua filhinha Missy, e
do dia em que ela se foi para nunca mais voltar. Descrito detalhadamente no
livro (hehehehe!), Mack sempre conta a ela a história de uma tribo de índios,
onde uma moça sacrifica a sua vida para salvar o seu povo de uma doença grave.
Missy, como uma garotinha inocente que possuía uma coleção de insetos e queria
levá-la para passear no bosque com papai e seus irmãos mais velhos. A garotinha
desaparece em um “descuido” (como é visto pelo personagem, que fica se sentindo
totalmente culpado por isso) de seu pai e depois acabam descobrindo que ela foi
pega por um maníaco conhecido como Matador de Meninas. O leitor vive o mesmo
desespero que Mack e sua família viveram naquele momento. Fiquei pensando
coisas do tipo: “Como isso é possível?” e “Me falaram que o livro era bom, mas
só estou vendo tristeza!”
Daí por
diante foram só acontecimentos estranhos. Mack se encaminha para A Cabana e, ao
chegar lá, se depara com um lugar bonito, limpo, novo e habitável. Como isso
pode ser possível? Aquele lugar onde Mack encontrou os vestígios da morte de
sua filhinha estaria agora dessa forma? Mack entra e descobre que ali moram 3
pessoas muito especiais: Papai (uma mulher negra enorme e bem humorada, Deus),
Jesus (o mecânico) e Sarayu (uma mulher de aspecto oriental brilhante, o
Espírito Santo).
Mack
vive um fim de semana inesquecível com essas 3 pessoas tão diferentes daquilo
que ele imaginava e que sempre ouviu falar. O autor quebra várias regras,
paradigmas e os personagens aos poucos vão respondendo várias perguntas que
todos nós já fizemos um dia, fazendo o leitor se sentir aparentemente
satisfeito em ver aquilo (pra mim principalmente, pois já tinha comentado sobre
minha forma de pensar e, essa leitura me fez rever alguns pontos). A forma como
são enxergados os sentimentos pelos outros, os pensamentos e sentimentos
reprimidos e os medos e angústias que guardamos é muito interessante! Tudo é
visto pelo lado positivo, mesmo sendo algo muito triste ou muito desagradável,
como o fato que ocorreu com Mack. Mack se vê cheio de raiva e de julgamentos em
seu coração e a todo tempo pensa nisso, pensa em uma só pergunta: “Por que Deus
não impediu a morte da minha filha?”.
O autor
desvenda essas e outras perguntas que temos de uma forma excepcionalmente
interessante. A visão de Deus que todos têm é colocada à prova, e o que acaba
ficando no ar é um tipo de crítica a algumas doutrinas, e isso me chamou muito
a atenção.
E o
final?
Não vou
entrar em muitos detalhes, mas o final deixa várias perguntas no ar, coisas pra
podermos refletir e uma ligeira ideia de que tudo aquilo pode não ter
acontecido realmente, senão dentro da cabeça do personagem principal... mas
além de tudo, deixa também indícios de que foi tudo o mais verdadeiro possível!
O livro
é de uma riqueza inesgotável, com frases de pensadores em cada capítulo, nos
fazendo refletir a cada página. Ao final, algumas páginas falando sobre o
Projeto Missy (The Missy Project), que é um projeto de levar essa leitura para
a maior quantidade de pessoas possível, ajudando a divulgar não só o livro, mas
a ideia principal contida nele.
O livro
é leitura obrigatória pra todos os que gostam de refletir sobre doutrinas,
religiões e espiritualidade. O livro nos leva a rever algumas ideias, fazer
algumas reflexões e o mais importante, que eu acho que deve ser bem colocado
aqui e o que mais me chamou a atenção é a ideia de convivência e amor com a
família, a ideia de valorização das pessoas que nos rodeiam, a ideia de
conversarmos com nossa consciência sempre, pois isso é o mais importante de
tudo!
E
lembrem-se: “Nada é um ritual!”
Site em inglês: http://www.theshackbook.com/
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