13/08/2017

Sobre O Escravo de Capela, de Marcos DeBrito


Cara...

O que falar sobre esse livro?
Kkkkkkkkkkkk

Me deixou sem reação, sem palavras, sem chão!

A linguagem do autor, que o mesmo intitula ultrarromântica, é impressionante, com termos rebuscados, mas sem ficar chato e maçante como alguns livros e sem enrolar a história, com descrições enormes sobre coisas simples que muitas pessoas não gostam de ler. Os personagens são bem trabalhados a ponto de ficarmos tristes quando algum deles parte, e ficarmos felizes ao ver o sofrimento de outros! Não consegui decifrar se o autor realizou pesquisas e se colocou algum fato ou local histórico no livro, pois não conheço tão detalhadamente sobre a história daquela época, mas sei que ficou bem parecido com aquilo que imaginamos que foi, e de uma forma que ninguém costuma contar: Sim. O autor mostra a crueldade com os escravos e o que poderia ser melhor descrito como algo que ceifava seu direito à vida (acho que a leitura me inspirou a escrever melhor, até!).
A história tem muitas reviravoltas e muitos segredos, mantendo o mistério durante bastante tempo e me deixando louco pra ler de novo e saber o que aconteceria com os personagens e como se desenrolariam os fatos. O tempo todo queremos saber como aquilo que já sabemos acontecerá, e o autor até explica de maneiras plausíveis alguns fatos sobre algumas lendas brasucas. Bom, sobre isso não vou contar mais, pois prefiro uma opinião que não cite trechos diretos do livro para que as pessoas que não leram possam ler minha resenha sem problemas.

O que quero dizer sobre esse livro é que adorei a forma como tudo foi apresentado. A história baseada numa época da história brasileira fez toda a diferença e foi descrita com maestria. Consegui enxergar elementos da minha infância e histórias contadas pelo meu avô e por conhecidos mais idosos sobre esse período. Me vi inclusive participando dos fatos, por me identificar com alguns personagens e me afeiçoar a eles. A cultura brasileira em geral é muito bem tratada e o livro realmente carrega sua origem descrita em suas páginas. Gostei da forma como os diálogos foram estruturados, soando como possíveis, e gostei dos sentimentos demonstrados pelos personagens, que os torna mais próximos ainda do leitor, por serem realmente humanos e (às vezes) tratados como tal!
Sou fã da linguagem ultrarromântica e já li também À Sombra da Lua, que foi igualmente interessante e misterioso. O terror é só um elemento e enxergo a história muito mais como suspense, por causar tensão por imaginarmos os perigos que os personagens correm e por nos colocarmos em seus lugares.


Enfim, recomendo a leitura e digo que sim, esse livro representa a literatura brasileira, carrega seu nome e os costumes do nosso país e é brilhante em seus detalhes, no desenvolvimento da trama, com cenas dignas de filme e personagens cabíveis para acompanhar-nos por esse navegar nas nossas origens. Recomendo!

Fabiano Lobo