26/11/2009

Memórias



“Estava de noite... Olhei ao meu redor e me deparei com um mundo estranho. Olhei para trás e vi algumas nuvens. Tentei olhar ao fundo e encontrei memórias estranhas. Eu vi uma alma até então perturbada por sombras, caos e mágoas. O susto foi tão forte que rapidamente me virei para frente e comecei a andar. Não corri para não chamar atenção. Seria loucura. Após andar bastante, resolvi descansar em um banco meio acinzentado e comecei a refletir sobre o que tinha visto. Consegui guardar alguns “flashes” na minha mente. Doía muito pensar sobre aquilo tudo, mas eu precisava tirar conclusões sobre aquelas coisas. Eram falsas promessas, palavras ditas da boca pra fora, mágoas que machucaram mais do que tudo o coração daquela alma...


Foi quando de repente, surge uma figura estranha, mas que parecia ser amigável. Pediu para que me levantasse e seguisse seus passos. Não havia mais o que pensar e por já estar descansado e recuperado dos pesadelos, segui em frente acompanhando-a.

...

Depois de uma caminhada demorada e sem ser dita uma só palavra, ela me mostra um portal e diz:

“- Vê esta entrada? Por ali você deverá seguir e mais adiante encontrará duas estradas. Vejo que está meio confuso e perturbado. Não encontrará nenhum perigo durante a jornada mas sim um grande desafio. Mantenha-se vivo até o final. É seu único dever.”

Fiz de conta que havia entendido e por ali eu passei. Chegando ao outro lado e voltei ao mundo real e não vi nada de caminhos ou algo parecido, mas percebi que ao atravessar pelo portal, uma sensação estranha crescia cada vez mais. Estava amaldiçoado!

Os dias foram passando e uma solidão imensa surgiu. Ela crescia e criou na minha vida uma nuvem negra. Eu, dentro da nuvem, pedia ajuda ou tentava encontrar uma forma de sair. Ninguém ouvia ou então, fazia de conta que não entendia. A saída que encontrei não era tão vantajosa assim. Deveria morrer para ser libertado de uma vez por todas. Não poderia ser assim.

Ao cair de uma certa noite, soltei um desabafo com um amigo. Contei sobre a solidão, a vontade de sumir, desaparecer de uma vez Falei também de como seria depois que eu a fizesse. Conversamos muito a respeito...
...
Acabou entrando na minha vida de forma estranha. Tornou-se um vício... Uma necessidade do meu corpo e espírito. Tem a capacidade de pisar no meu fogo ardente que aos poucos destruía meu interior. Não me deixou por muitas vezes cair em desgraça e abriu uma porta para dentro de si e que está sendo trancada conforme o tempo passa. Tenho esperanças de viver a felicidade que há aqui do lado de dentro para sempre quando a porta se fechar por completo. Tudo isso se tornou real e tão cheio de luz quando sua vida bateu com a minha naquela noite.

O que era apenas um estilo de uma vida morta tornou-se minha liberdade para viver. Um ato de amor que caiu como um antídoto e espalhou-se por um coração que estava envenenado.”

† San Michel †
Ma²

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